Na Hipermídia

Blog de produção da disciplina Produção e Edição Multimídia, do Centro Universitário UNA. (prof. Jorge Rocha)

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Carta de demissão em 140 caracteres

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Cuidado com que vai tuitar, postar ou escrever no seu mural, principalmente se for jornalista. Empresas de comunicação querem botar rédea curta nos dedos rápidos destes profissionais. Recentemente o grupo Folha, demitiu dois jornalistas que conversaram com uma leve referencia ao jornal de São Paulo.

Demissões como essas levantam diversas questões: até que ponto a empresa pode influenciar na vida pessoal do colaborador?

Ou então, como deve ser a atuação do jornalista fora do ambiente de redação?

Nossa reportagem entrou em contato com os dois funcionários demitidos pela Folha. Um dos jornalistas preferiu não explorar mais o assunto,enquanto o outro, não respondeu ao email que enviamos na última sexta feira. Mesmo assim procuramos outros profissionais da aérea que nos responderam a seguinte pergunta: É certo as empresas colocarem regras no twitter e em outras redes sociais, para os seus funcionários?

“As pessoas devem entender que o que eu falo hoje vale para o amanhã, ou seja, se acho o estado de minas uma porcaria de jornal e publico isso, posso perder uma chance de trabalho no futuro” conta o jornalista Carlos Teixeira. O jornalista do portal Radar Futuro  ainda afirma que não se pode separar o profissional de comunicação com a pessoa por trás das tuitadas. “Não sou uma pessoa em um lugar e outra em outro”, afirma

A caça aos “delatores” ocorre nos grandes portais e em outros veículos de comunicação, criando o famoso “caça as bruxas jornalístico”. “Penso que as empresas, ao proibirem os profissionais de comunicação de tecerem determinados comentários, estão atentando contra o que elas mais pregam: a liberdade de expressão.”, conta Yuri Almeida. O jornalista e assessor de imprensa acredita no paradoxo existente nessas ações de demissão da empresas, mesmo assim ele ainda defende que certos assuntos realmente não devem ser comentados. “O que precisa ficar bem claro é que os jornalistas têm vida própria (a não ser que tenham contrato de exclusividade) para além dos jornais. Portanto precisam de total liberdade para atuar em seus blogs, Twitter e demais redes sociais”, afirma Almeida

As empresas de comunicação ao que parece ainda não estão habituadas ao século da troca de informação. Empresas como Globo, UOL e TV Record, já habilitaram aquilo que é chamado código de postura digital, que se assemelham nas restrições. O profissional que trabalha nessas áreas, não podem, por exemplo, manifestar posições partidárias e políticas, antecipar reportagens que ainda não foram publicadas, ou divulgar bastidores da redação. As empresas muito “modernas” também não recomendam (com o risco de ter uma cabeça cortada na segunda feira) que os jornalistas, façam juízo de valor ou omitam opinião que de alguma forma agrida a imagem do veiculo.

As restrições, porém não se limitam ao mundo do jornalismo, nossos parceiros publicitários, também preferem segurar com rédeas curtas os dedos dos seus colaboradores. “Assim como você recebe uma cartilha de comportamento quando entra em um novo emprego isso se aplica também ao Twitter e a outras redes sociais. Não vejo muita polêmica nisso. Muita gente ainda não entendeu que, embora estejam sozinhas na frente do computador, estão publicando em um veículo de massa, a internet.”, relata o publicitário Ricardo Giassetti.

Na agência em que Ricardo trabalha os funcionários são estimulados a criarem dois perfis nas redes sociais, um corporativo e um pessoal. “Esses perfis paralelos são de grande valia para a preservação da privacidade da pessoa, para preservar, por exemplo, a preferência sexual de um funcionário ou falta de alinhamento com o discurso da empresa”, afirma Giassetti

 Por: Marcos Oliveira e Matheus Azevedo

Written by naintegrabh

maio 28, 2011 at 4:19 am

Liberdade de expressão para quem?

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Perfil de Carolina Rocha no twitter

Uma pesquisa Internacional de Mercado de Trabalho, realizada pela empresa de recrutamento Robert Half, com 2525 executivos das áreas de finanças e de recursos humanos de 10 países revelou que o Brasil é o segundo país que mais dá importância e leva em consideração as publicações tidas como negativas ou “inadequadas” pelos empregadores, veiculadas pelos profissionais nas redes sociais.

Lendo assim, bem rápido, pode-se até pensar: estamos mais rigorosos nas nossas relações de trabalho e isso é bom! Principalmente para o consumidor final do produto, seja o seguimento qual for. Mas se parar para pensar pode-se descobrir que essa rigorosidade anda tirando o sono de muitos profissionais. O mais complicado nesses casos é definir até onde essa interferência dos empregadores nos hábitos sociais dos empregados é saudável, afinal, existe espaço para que as pessoas possam falar o que pensam e demonstrar o que realmente sentem, sem demagogias em meio aos seus “selecionados” grupos de amigos da web?
Não.

Nos últimos meses tomou-se ciência de uma série de casos nos quais profissionais foram demitidos de empresas (e até imprensa) por uso “indevido”, de acordo com a perspectiva do empregador, das redes sociais. Em caso mais recente, dois jornalistas da Folha de S. Paulo foram demitidos pelos comentários que fizeram sobre a cobertura do jornal, no episódio da morte de José Alencar, em seus tuíteres pessoais- vale frisar.

Os demitidos, Carolina Rocha e Alec Duarte, são experientes profissionais, engajados em muitos tipos de discussões socais, inclusive nas pesquisas sobre o uso das redes sociais, o que não impediu que eles fossem “traídos” pelo uso livre delas. Como a própria Carolina destaca em seu blog “O espaço da blogosfera dá a qualquer um a chance de divulgar o que passa pela sua cabeça a todo o momento. No jornalismo, sem o filtro da edição, essa modernidade tem sido uma fonte de problemas”. Isso acontece porque o profissional da imprensa já vem de fábrica com uma característica peculiar de inquietação constante, de relatar, delatar, opinar e criticar, mas descobre aos poucos que o espaço que poderia ser utilizado para essa prática – já que não é permitido, ou quase nada, na imprensa “oficial”- na verdade está lá apenas para encher os olhos dele, feito criança olhando um doce que não pode comer.

Várias empresas e redações do mundo inteiro já definiram normas de atuação para seus funcionários em redes sociais, entre elas figuram regras como: “Antes de se engajar em qualquer tipo de rede que lidam com esportes, você deve receber a permissão de seu editor ou chefe imediato”, ou seja, deve-se ao editor ou chefe a explicação sobre o que se faz ou com quem se anda até mesmo no mundo virtual.

Carolina Rocha preferiu não se manifestar publicamente sobre o caso, mas enviou à redação um texto, publicado em seu blog, em que exprimiu na ocasião, o que sentia e as conclusões pessoais tiradas do sobre o episódio. Nele a jornalista diz em argumentação ao artigo do ombudsman da Folha, publicado um dia depois de sua demissão: “Não é bom [para o jornal] admitir, em público, que o jornal que briga e exige liberdade de expressão pratica censura interna”.

Será mesmo esse o caminho que toda a imprensa nacional está trilhando? O da censura velada? E até onde podemos considerar essa reação dos empregadores normal? Afinal não é essa uma peculiar característica da internet: proporcionar aos seus usuários a liberdade de expressão que os outros meios não podem proporcionar?

Isso não está mudando, já mudou e nem nos damos conta.

No vídeo abaixo o advogado Diego Alves do Amaral explica que as empresas estão cada vez mais atentas ao mundo virtual e comenta que o ideal seria que as regras, relacionadas ao assunto, fossem estabelecidas já no momento da contratação.

Em tempo:  Alec Duarte, o ex-colega de trabalho de Carolina também foi procurado pela redação, mas até o momento do fechamento dessa matéria não havia respondido ao contato.

Por Danielle Gláucia e Thiago Almeida

Censura is back??

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Falha nossa!

Uma das edições do antigo Falha de São Paulo

Nos últimos meses o tema liberdade de expressão e liberdade de imprensa tomou conta das discussões gerais. Do bar ao twitter, a questão foi debatida, levantada, analisada, avaliada por especialistas ou não sobre o assunto. Todo esse reboliço depois que a Folha de São Paulo, o jornal mais lido do país, entrou com uma liminar na justiça pedindo a retirara do ar do site “A falha de São Paulo”

O site “era um site humorístico de critica à Folha de São Paulo. Utilizando de um nome parecido e estética gráfica semelhante ao jornal, o internauta podia criar sua própria manchete da “falha”.

A “Falha de São Paulo” foi acusada pela jornal de uso indevido da marca “Folha”, “A Folha faz editoriais e mais editoriais defendendo a liberdade irrestrita de expressão e, quando um pequeno blog critica eles de forma bem-humorada, recorre a um gigantesco escritório de advocacia e vem com ameaça de multa e pedido de indenização.” critica o jornalista Lino Bocchini

Lino Bocchini é co-criador do site “Falha de São Paulo”, junto com seu irmão Mário Ito Bocchini, programador e designer. O domínio estava no ar, há duas semanas até a liminar da justiça. Segundo a liminar concedida pela 29°vara civil de São Paulo, o site deveria ser retirado do ar no dia 5 de outubro (data da liminar) correndo o risco de receber uma multa diária de mil reais.

De acordo com Lino Bocchini logo após receber a liminar todo o conteúdo foi retirado do ar, ficando apenas  a reprodução do documento de suspensão do site. “Na segunda, no primeiro dia útil após o recebimento, derrubamos o domínio por completo. E, mesmo que não tivéssemos feito isso, uma segunda liminar foi enviada ao Registro. br, órgão que cuida do gerenciamento de todo os endereços terminados em. br. Ou seja, mesmo que não quiséssemos, seríamos tirados do ar a mando da Folha.” comenta Bocchini.

Segundo o comunicado oficial assinado pelos irmãos Bochini, no site Falha de São Paulo, o ato da Folha de São Paulo foi “ato de violento de censura”.

Veja abaixo o vídeo de Lino Bochini comentando sobre a liberdade de imprensa no Brasil:

Maria Rita Kehl e a censura 2- O retorno

Censurada ou não?

O professor de historia, Wagner Borja fez sua primeira assinatura do Estadão no inicio de 2010. Mas depois de alguns meses decidiu cancelar a assinatura. O motivo foi à demissão da articulista Maria Rita Kehl do Estadão. Kehl foi demitida do jornal após redigir um artigo favorável ao presidente Lula.Segundo a colunista a demissão foi um “delito de opinião” entre ela e o jornal.

Borja critica a postura do Estadão “Um jornal tem todo o direito de ter posição, de assumir que apóia um determinado candidato. Porém o Estadão, fez sua história defendendo a liberdade de expressão, a liberdade de opinião. Ao demitir uma articulista que assina suas matérias, portanto não se confundem ‘com a posição do jornal’, há uma clara intenção de impedir que o contraditório tenha lugar nas páginas do jornal”, comenta o professor de Historia.

Ainda indignado com a posição do Estadão, Wagner Borja decidiu apelar para o Twitter, na tentativa de cancelar por assinatura.“Ao demitir a colunista o jornal simplesmente abriu mão do debate e assumiu um corte autoritário e na minha casa autoritários não tem vez nem lugar.”, critica Wagner Borja

O diretor do Estadão Ricardo Gandour em entrevista afirmou: “Não houve censura, a coluna saiu integralmente, sem mexer em uma vírgula”. E os nervos estão à flor da pele internet…


Leia o artigo:A repercussão do “falha de São Paulo” e a demissão da Maria Rita Kehl no Twitter

#gr7 Marcos Oliveira e Matheus de Azevedo

Written by naintegrabh

outubro 15, 2010 at 5:37 am